Liberdade, Governos e Gado

24 junho 2009

Um post iniciado por um belo vídeo, que poderia render um bom texto,  assim como aquele sobre memes. Entretanto… não tou com criatividade pra fazer isso. E, aliás, eu sei que prometi fazer um segundo post sobre os memes… mas e a criatividade? :P Mesmo assim, pretendo fazê-los num futuro – distante ou não.

Enfim, voltando ao assunto do post,  calhou de eu vê-lo no mesmo dia que meu professor de História fez uma breve discussão em sala sobre a frase: “A única limitação válida que se concebe para a liberdade é a imposta pela verdade“, atribuída ao escritor francês Émile Zola. Não é exatamente relacionada ao vídeo, mas mesmo assim vale a pena refletir sobre ela também.

Ficam aí os vídeos, são BEM interessantes… o tempo somado é cerca de 16 minutos, um slideshow com narração em inglês e legendado em porutuguês:


Memes

22 maio 2009

Meme. Se você frequenta fóruns internacionais, provavelmente já ouviu falar desse termo. Se nunca ouviu falar, com certeza já participou de algum. Exemplo? Bom, há os memes de internet e/ou dia-a-dia, como o “Ronaldo!” do ‘Pânico na TV!’. Sim, isso é um meme. Mas não só. Primeiro, vejam esses dois vídeos de uma plaestra de Daniel Dennet (15 minutos ao todo):

Uma citação,  que está presente no primeiro vídeo, é ótima para exemplificar o que exatamente é um meme: “Mas o que é um vírus? Um vírus é uma seqüência de ácido nucléico com atitude.  E há algo nele que tende a fazê-lo replicar melhor do que a concorrência. E é isso que um meme é: um pacote de informações com atitude.”

Pra mim foi absurdamente claro o que ele quis dizer com isso: um meme é um conjunto de informações fechadas com um propósito bem definido. Não se abre espaço para usar aquelas informações separadas. O máximo que se permite é uma criação em cima do próprio meme – uma evolução e adaptação do meme a várias situações. Por exemplo, você pode modificar uma piada que você ouviu colocando o nome de um amigo seu ou atualizando ela com algum acontecimento novo, mas a piada será essencialmente a mesma: é o mesmo meme.

Há memes simples – como os já citados “Ronaldo!” e as piadas conhecidas -, mas há memes mais complexos. Na minha humilde (nem tanto, mas vá lá) opinião, os memes mais complexos já criados pelo homem são as religiões. Ora, qualquer religião (ao menos as que eu conheço, me corrijam se for o caso) tem seus dogmas. Dogmas são aquela série de regrinhas pra ser um bom homem perante a Deus.

Vou deter-me nas religiões cristãs o catolicismo como exemplo, por serem as que eu e a maioria dos leitores mais devem conhecer. Sempre houve vários dogmas e tudo mais, inicialmente apenas com catolicismo. Todos que aceitavam aquilo como verdade, convertiam-se e viviam de acordo com esses dogmas – estava instaurado o meme. Daí, sempre tentou manter-se a religião imutável. Entretanto, com o tempo são necessárias mudanças para que toda a ideologia não se perca. A prova de que as mudanças não podem ser muitas foram as criações das religiões cristãs protestantes, que tinham/tem alguns dogmas bem diferentes da católica. O ponto é: você recebe as regrinhas da religião num pacote fechado. Você não pode ser um bom católico se escolher obedecer apenas 4 dos 10 mandamentos, por exemplo. Ou você obedece todos e aceita o meme, bonitinho, ou não é um bom católico.

O meme sobrevive e expande de forma parasita. Seguindo a linha de pensamento do parágrafo anterior, tome como exemplo os padres jesuítas que vieram catequisar os índios no Brasil. Eles fizeram uma viagem épica para época apenas para transimitir seus memes para um povo com um meme completamente diferente. Fica até engraçado pensar dessa forma, porque parece ficção científica: as idéias comandando humanos. Idéias essas que foram todas criadas por humanos. Me lembra vagamente aquele clichê do Exterminador do Futuro das máquinas dominarem o mundo dos criadorers. A diferença é que aqui, as idéias precisam das pessoas para sobreviver.

Pense bem, você e todo mundo tem suas ideologias. Você as expõe – e, veja só, já estou fazendo isso há alguns parágrafos – e as exporta para outras pessoas. Ao fazer isso, você é meio de transporte daquele meme. É só pensar no meme como um vírus parasita que vai usar uma pessoa para dominar cada vez mais pessoas. É até meio estranho, mas apesar disso envolver quase que exclusivamente criações da mente humana, ele obedece o princípio biológico da perpetuação da “espécie”: multiplicar o mais rápido possível, adaptando-se a mudanças no “meio ambiente” em que “vive”. A espécie seria o meme em si, o meio ambiente que se ‘vive’ seria a combinação do local, época e acontecimentos que cercam as pessoas envolvidas no meme em questão.

Os memes, de uma forma geral, são idéias fechadas sobre qualquer coisa. Age como se fosse um vírus parasita nas pessoas: usa-as para conseguir infectar cada vez mais pessoas.  Quem se interessar, dê uma lida na wikipédia inglesa (embora na portuguesa tenha, surpreendentemente, bastante informação), deixem suas impressões e tudo mais nos comentários. Eu acho que farei mais um post falando sobre o ‘conflito de memes’ e, caso haja viva’lma que leia isso e comente, irei procurar usar as opiniões no próximo post.